16 / 09 / 2025 - 11h30
Jovem Pan responde ao Ministério Público Federal e diz ser "bode expiatório"

 

A Jovem Pan criticou a atuação do Ministério Público Federal (MPF) e afirmou ser tratada como “bode expiatório” no processo que solicita o cancelamento de suas outorgas. Em alegações finais apresentadas à Justiça Federal de São Paulo, a emissora declarou que não incentivou atos violentos e que as falas usadas pela acusação foram opiniões pessoais de comentaristas em programas ao vivo, sem relação com sua posição institucional. Em nota publicada nessa segunda-feira (15), o veículo destacou que não é réu em ações penais julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que jamais foi investigada em inquéritos relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo a defesa, “informar, debater, analisar, comentar e opinar sobre fatos — delituosos ou não — não é a mesma coisa que praticar, incentivar ou apoiar”.

O que diz a defesa da Jovem Pan

Os advogados da emissora afirmam que as falas usadas pelo MPF como base para a acusação foram opiniões pessoais de comentaristas em programas ao vivo e não representaram a posição institucional da empresa. “Jornalistas,comentaristas e convidados não refletem a posição do Grupo Jovem Pan, enquanto instituição”, destaca um dos editoriais citados nos autos. A defesa também apresentou laudo técnico elaborado pelo Instituto Gênesis, que concluiu que a Jovem Pan não produziu desinformação nem incentivou movimentos antidemocráticos. De acordo com o documento, os temas tratados pela emissora já circulavam em outros veículos de comunicação e “não se extrai da análise integral das matérias mencionadas na ação qualquer incentivo e/ou recomendação de rompimento da ordem democrática”.

Outro ponto levantado pela emissora é a aplicação do Tema 995 do STF, segundo o qual veículos jornalísticos só podem ser responsabilizados em casos excepcionais, quando comprovada má-fé ou negligência grave na divulgação de informações. Para a Jovem Pan, essa jurisprudência impede sua responsabilização por falas de terceiros durante transmissões ao vivo. A empresa de comunicação também argumenta que o artigo 53 do Código Brasileiro de Telecomunicações, usado pelo MPF como fundamento, é inconstitucional, por ter origem no regime militar e apresentar conteúdo semelhante à antiga Lei de Imprensa, já derrubada pelo Supremo.

Próximos passos do processo

O processo tramita na 6ª Vara Cível da Justiça Federal em São Paulo. A Jovem Pan pede a extinção da ação ou a improcedência dos pedidos do MPF e da União. A emissora reforça que sempre repudiou atos violentos e manteve editoriais em defesa da democracia e das instituições.

Fonte:GP1

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